Eu ainda tenho medo. Medo de quebrar um elo de pensamento das
pessoas sobre mim. Medo de decidir minhas próprias conclusões e dizer por mim
mesma o que eu sou.
Por mais que você seja uma pessoa segura, quando se tem 15 anos é
difícil enfrentar o mundo todo sozinha. O mundo todo não é o mesmo que o mundo
todo de todo mundo, é o que equivale ao meu mundo todo, tudo que tem dentro de
mim.
Às vezes, quando vejo algo que me interessa, não o compartilho,
por medo, ainda, do que as pessoas que "me amam" vão pensar sobre
mim.
Tenho, como outras pessoas, a curiosidade de saber de onde vim e o
porquê de estar aqui, mas é difícil ir contra muitas pessoas. Em meio a 1000
ter uma que lhe dá forças e que acredita em você é um número considerável pra
ser feliz.
Queria pedir desculpas, ou talvez não queira, mas acho melhor, a todas
aquelas pessoas que se decepcionaram comigo de alguma forma, mas eu não quero
ser alguma coisa só para os outros se orgulharem, esses "outros" que
não me ajudam na luta contra e a favor de mim mesma. Eu quero dizer que eu não
estou pronta para ser aquilo que os outros querem que eu seja. Por mais que eu
nunca faça a diferença no mundo, farei para mim mesma, para ter algo pra contar, pra
escrever mais detalhadamente, quem sabe ?
Estou aqui com um proposito: Descobrir porque estou aqui, e assim,
seguir caminhos que ninguém escolheu para mim.
Sinto medo de não acreditar e ser verdade. Sinto medo de ser
apedrejada em praça pública, ainda no século XXI, por cabeças do século XV.
Não estou escrevendo pra pedir ajuda, só quero a compreensão de
algumas pessoas, e quero mais, quero que não me julguem como de costume.
Eu sou e tenho sido o que acho melhor pra mim mesma. Não quero que
sintam dó nem que rezem por mim. O meu destino não tem um "deus" que
sabe o que acontecerá, e se o de vocês tem, peço-lhes que não misturem as
coisas, porque eu sou um indivíduo, um organismo único e mutável, e sempre
quis, na verdade, não fazer parte do resto.
Se um dia eu não me tornar o que eu quero me tornar, peço que não
sinta dó novamente. Eu estou tentando ser mais que boas notas no boletim, estou
tentando fazer parte dos tais que farão parte do futuro. Garanto a todos que
nunca os matarei ou os condenarei por não ser o que eu quero que sejam.
Agora, não pensem que me criaram errado, ou que o mundo está
acabando comigo. Vocês fizeram tudo muito certo, agora eu quero o que é meu. Eu
quero o que eu conseguir pra ser meu. Eu quero minha paz, meus pensamentos em
perfeita harmonia, e o que eu menos quero são amizades que me julgam ... Pois
estas me julgam há todo momento.
Se eu decepcionei, não foi à intenção, se eu serei um exemplo,
talvez seja a intenção. Só não quero viver em mundo de cegos correndo para
perto dos gatilhos.
LIMA,Giulia
11/05/2012
19:21