sexta-feira, 17 de maio de 2013

Saber perder

Todo mundo perde alguma coisa. Todos nós perdemos alguém, alguma hora. Nascemos sabendo disso, vivemos sabendo disso, e quando acontece, morremos por dentro.
Começo a escrever novamente, jamais seria capaz de dizer com a boca o que coloco aqui, sou fraca demais para o fazer.
Tenho um bom histórico de perdas nessa vida, de lágrimas, de culpas, de consolos, enfim... Jogarei aqui algumas coisas que estão me machucando.
Há 2 anos e 6 meses perdi meu melhor amigo, Rafael. Um cara sensacional que me encantou, me acolheu quando eu mais precisei e que eu não fui capaz de satisfazer-lhe da mesma forma. Rafa e eu fomos amigos intensamente durante 7 meses, fizemos coisas que jamais imaginaria fazer, fomos à lugares que nunca imaginei ir, ouvimos músicas ótimas, choramos lágrimas verdadeiras, sorrimos demais, fizemos tudo que podíamos fazer... Aproveitei cada momento. Rafael Júnior tirou sua própria vida no dia 22 de novembro de 2010. Nunca senti tamanha dor, nunca chorei tanto, até então não sabia o que era sofrer ...
Ano retrasado, perdi metade de uma vida, perdi amigos que nunca pensei perder, perdi momentos, memórias, risadas, piadas, músicas, desabafos, brincadeiras, segredos... Perdi tudo!
Há um pouco menos, alguns meses só, perdi outro amigo... Meu filhinho. Meu gato Joey. Um amigo incomparável e inseparável, que me ajudou a superar momentos difíceis, dormiu ao meu lado, sentiu minhas dores, me fez sorrir, me fez chorar, me amou de verdade... Nunca vou superar sua ausência, não entra em minha cabeça que o perdi, não me conformo, me culpo.
E agora, ontem.. Perdi uma superamiga, minha Hanna, minha filhinha. Minha cadela. Há quase um mês, ou um pouco mais, sofrera com a Cinomose, doença que não tem cura pro animal, mas tem um tratamento. Semana passada mesmo, a veterinária veio até aqui e me deu ótimas esperanças... Pulei de alegria. Ontem, ocorreu a tragédia. Outra perda pra mim, outro sofrimento e mais um tempo pra poder me conformar.
Hanna estava sofrendo, não comia mais sozinha, não bebia, estava usando fraldas e não se locomovia. Antes de ontem perdeu a função renal, ontem à tarde, perdeu a vida.
Estou conformada, ela realmente estava sofrendo demais e isso me machucava, mas a ausência, essa nunca será superada, nunca será sequer esquecida, ficará guardada aqui, junto com as outras perdas, com as outras lágrimas, os outros pensamentos...
Tenho medo de me aproximar, estou com medo de confiar de novo, de amar de novo, de me apegar mais uma vez... É difícil demais perder as coisas, as pessoas, os animais. Uma dor que não desejo pra ninguém, ninguém mesmo.
Conto com amigos, aos quais agradeço cada palavra, cada abraço, cada tudo que fizeram e fazem por mim. Se não tivéssemos pessoas assim, não conseguiríamos perder algumas.
Nem tudo é pensamento negativo. Perder quem amamos dói, dói imensamente, mas temos que dar valor àqueles que estão conosco nesses momentos. Um dias todos nós morreremos, o importante é preservar as amizades, fazer novas amizades, prende-las em nós e agradar as pessoas, pois assim nunca estaremos sozinhos. Eu perdi, mas ganhei demais.
Dedico isso aos meus amigos. Os que ganhei, os que aprecio, amo e sempre, sempre estarei aqui pra ajudar!!
Obrigada por estarem comigo Carla, Joubert, Thaiane, João, Késia, Tia Dadá e Pedro Paulo
Eu realmente amo vocês.


Giulia de Lima Costa
17/05/2013
15:26



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